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ESEP concorre ao Portugal2020





A Escola Superior de Enfermagem do Porto apresentou, no passado dia 23 e 24 de novembro, cinco projetos de investigação ao Fundo de Financiamento Nacional para apoio a Projetos de Aplicação na Prática. Conheça os projetos liderados pela ESEP.

// PROJETOS APRESENTADOS:

>> ECare-COPD - Promoção da autogestão na DPOC: Programa formativo

Investigador responsável: Miguel Padilha

Resumo do projeto: 
A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) tem uma prevalência de 14,2% na população Portuguesa com mais de 40 anos e será a terceira causa morte a nível mundial em 2030.
As diferentes entidades nacionais e internacionais (PNS 2012-16; GOLD; 2016; GINA, 2014; IDF, 2013; ESC, 2012) apontam como uma das principais estratégias para melhorar o controlo da doença crónica, aumentar a autonomia no autocuidado e para promover uma melhor qualidade de vida, a aquisição de competências de autogestão da doença pelo doente, pelo que urge dotar os atuais e futuros profissionais de competências para a promoção da autogestão da doença nas pessoas com DPOC.
Face à magnitude da problemática, a formação na área da saúde continua a ser deficitária, independentemente dos esforços que, na última década, instituições de ensino superior, instituições de cuidados de saúde e outras entidades nacionais e internacionais têm desenvolvido.
Este projeto inovador na área da formação e ensino da enfermagem pretende disponibilizar componentes formativas digitais de nível inicial para estudantes de 1.º ciclo em enfermagem, a incluir em unidades curriculares existentes no plano curricular atual do curso. Para os estudantes dos cursos de pós-licenciatura ou para enfermeiros que pretendam aprofundar a sua formação profissional contínua, serão criados cursos em e-learning de nível intermédio e avançado, que serão integrados em unidades curriculares de opção nos cursos de especialização em funcionamento.
A utilização de metodologias de aprendizagem em formato e-learning permitirá, ao estudante e ao profissional, o acesso a conteúdos em formato assíncrono, respondendo à necessária autonomia pedagógica e gestão do tempo de trabalho individual do estudante. Esta estratégia será complementada com tecnologias interativas de discussão entre professores e estudantes de forma a potenciar uma aprendizagem colaborativa e ativa.
A formação em enfermagem rege-se por elevados padrões de qualidade e segurança, motivo pelo qual, para potenciarmos a competência de decisão dos estudantes em contexto clínico pretendemos desenvolver oito cenários clínicos, a serem integrados num simulador imersivo em ambiente web.
A criação de um curso e-learning de promoção da autogestão em pessoas com DPOC, concebido a partir da análise da melhor evidência disponível, desenhado com o contributo de peritos, ajustado a partir das experiências de utilização de estudantes e profissionais, e desenvolvido por instituições de charneira nas suas áreas de atuação (ensino da enfermagem e criação de conteúdos de simulação imersiva), viabilizará a conceção de um suporte educativo ímpar, ajustado às necessidades dos utilizadores e ao desenvolvimento de competências de decisão e de interação, permitindo a construção de conhecimento e experiências clínicas fundamentais para a promoção da qualidade de vida nos doentes com DPOC.




>> EpiDAC - Famílias que integram pessoas dependentes no autocuidado: estudo exploratório de base populacional na região do Norte 

Investigador responsável: Maria do Carmo Rocha

Resumo do projeto: 
O envelhecimento da população é um fenómeno de amplitude mundial, sendo que a OMS prevê que em 2025 existirão 1,2 biliões de pessoas com mais de 60 anos. 
Dentro da população idosa, os com 80 ou mais anos constituem o grupo etário de maior crescimento (Carneiro, 2012). Ainda de acordo com a mesma fonte aproximadamente 75% vive nos países desenvolvidos.
Portugal não é exceção a este panorama. De acordo com dados do INE, em 2050, Portugal será o quarto país da União Europeia com maior percentagem de idosos. Atualmente 20% da população em Portugal é idosa (INE, 2011). 
Por outro lado, as doenças crónicas constituem, nestes países, um dos maiores problemas que os serviços de saúde enfrentam. Embora muitas doenças crónicas impliquem uma gestão simples das suas consequências, outras há que colocam problemas mais delicados, implicando a aprendizagem de capacidades eficazes que permitam fazer face às restrições eventuais que a doença acarreta (OPSS, 2015).
Emerge neste âmbito a dependência no autocuidado que decorre de limitações funcionais resultantes de situações de cronicidade, bem como consequência de quadros clínicos. Nestas situações há que necessariamente reconfigurarem-se a prática de cuidados, sendo que os utentes e famílias passam a ser os principais gestores do processo saúde que enfrentam.
Enquanto conceptualmente estas questões são conhecidas, a verdadeira dimensão desta realidade não é sabida, isto é não se sabe o número de famílias que integram dependentes, qual o grau de dependência, quais os recursos necessários. Tal cenário desconhecido obstaculiza decisões políticas mais informadas e uma planificação adequada de cuidados potenciadores de ganhos em saúde, pela redução da morbilidade e reinternamentos que de uma forma empírica constatamos nas nossas unidades de saúde. 
Configuram-se novas necessidades de cuidados em saúde, que não são redutíveis às atividades de diagnóstico e tratamentos das doenças (Silva, 2007). Segundo este autor estas mudanças nas necessidades em cuidados de saúde constituirão alavancas decisivas de mudanças nos modelos de exercício profissional na área da saúde em geral, e em particular no modelo de exercício profissional dos enfermeiros. De facto este tipo de doentes, já não necessita de diagnóstico médico sobre a sua situação clínica, ou mesmo de prescrição, mas precisam de apoio e acompanhamento no processo de gestão do seu processo de saúde /doença e da preparação dos familiares para tomarem conta do necessário. A falta de resposta a estas necessidades leva a que muitos doentes sejam readmitidos no hospital após o reinternamento inicial (Silva, 2007) com custos económicos sociais e emocionais não contabilizados. Estes são exemplos de necessidades de cuidados de saúde, com forte envolvimento dos cuidados de enfermagem, sendo que a não adequada resposta traduzir-se-á em maiores necessidades de cuidados de saúde (Silva, 2007). Urge assim conhecer a verdadeira incidência desta problemática.




>> PIPC - Plataforma Interativa de Introdução à Prática Clínica de Enfermagem

Investigador responsável: Filipe Pereira

Resumo do projeto: 
A conceção de cuidados de enfermagem envolve múltiplas tomadas de decisão. No ensino de enfermagem é fundamental que os estudantes aprendam a tomar decisões que envolvem risco, quer pela incerteza na interpretação dos dados, quer pela rápida variabilidade das variáveis presentes. O desenvolvimento de competências de tomada de decisão clínica é um processo que exige treino e ferramentas que o suportem de forma consistente. As Tecnologias da Informação e dos Computadores (TIC) são, cada vez mais, ferramentas indispensáveis no ensino / aprendizagem dos estudantes, nomeadamente através da aprendizagem baseada em problemas.
A experiência da ESEP no desenvolvimento de módulos clínicos de enfermagem para os sistemas de informação em saúde (Silva, 2001; Sousa et al, 1999; Sousa, 2005), na utilização da ICNP© / CIPE©, enquanto ontologia para a nomeação das entidades que resultam da decisão clínica e planeamento de cuidados de enfermagem, a par do seu investimento na área da conceção de cuidados (Silva M.A., 2011) são capital mobilizado para este projeto. O estudo de Silva M.A (2011) permitiu inferir um modelo concetual capaz de estruturar uma plataforma digital (web based), interativa e orientada para o desenvolvimento do raciocínio diagnóstico e tomada de decisão clínica dos estudantes. A versão draft - protótipo - da plataforma concebida, designada como Plataforma de Introdução à Prática Clínica (PIPC), está na sua versão inicial. A utilização da versão draft da PIPC em várias unidades curriculares do CLE da ESEP tem tornado evidente o seu potencial, mas, em simultâneo, algumas necessidades. Assim, são objetivos deste projeto:
  1. Adequar as funcionalidades e valências da plataforma, tornando-a escalável, em função dos estádios de desenvolvimento dos estudantes ao longo do curso; 
  2. Avaliar o potencial de utilização da plataforma em outros ambientes e culturas formativas de enfermeiros; 
  3. Incorporar a CIPE no backend da plataforma, de modo a aumentar a qualidade e adequação da linguagem técnica utilizada na explanação da conceção de cuidados.
Os objetivos propostos estão orientados à finalidade de promover o potencial humano de enfermagem, através da consolidação de uma plataforma digital interativa centrada no desenvolvimento das habilidades de pensamento crítico e conceção de cuidados nos estudantes de enfermagem.
O projeto proposto tem carácter distintivo, na medida em que, apostando no aperfeiçoamento de um produto tecnológico, visa ser um contributo para a formação de enfermeiros à escala do país, admitindo as alterações e adequações que irá incorporar, fruto do estudo do seu potencial de utilização noutros ambientes distintos da ESEP. Por outro lado, por via da incorporação da ICNP© / CIPE©, ontologia de referência internacionalmente reconhecida para a enfermagem (ICN, 2015), poderá encerrar possibilidades de disseminação para outros países, em particular do espaço europeu.




>> PROMiSE - Plataforma de Registo Prospetivo de Estudos de Medida em Saúde

Investigador responsável: Teresa Martins

Resumo do projeto: 
O projeto visa a criação de uma base prospetiva de registo de estudos sobre o desenvolvimento de medidas de avaliação em saúde ou sua adaptação a novos contextos linguísticos e/ou culturais, o qual será designado de PROspective Registration of Measures and outcomes StudiEs in Health  (PROMiSE). 
A conceção, a arquitetura e operacionalização da ferramenta tecnológica será levada a cabo com o recurso de um grupo de peritos (Focus Grupo) constituído por investigadores de reconhecido mérito cientifico nas áreas implicadas.
O desenvolvimento da solução tecnológica ficará a cargo do ISEP, com a colaboração de dois bolseiros com formação em engenharia informática. 
A construção e operacionalização do PROMiSE, implicará ainda a contratação de um bolseiro com formação na área da saúde, para gerir os conteúdos e informação da aplicação.  Após a sua construção será efetuada a sua testagem.  Cabe à ESEP o suporte e a manutenção do PROMiSE. 
A campanha de divulgação a realizar junto de várias associações cientificas, publicações cientificas e instituições académicas será efetuada por todos os parceiros envolvidos. 
Pretende-se que esta base de registo disponibilize, após a conclusão dos estudos, informação útil sobre o comportamento, características psicométricas e clinimétricas das medidas estudadas. Assim, será criada uma base de dados indexada ao PROMISE que disponibilizará o "bilhete de identidade" de cada medida de avaliação estudada.





>> SAFECARE - Supervisão Clínica para a segurança e qualidade dos cuidados

Investigador responsável: Luís Carvalho

Resumo do projeto: 
Atualmente enfatiza-se a importância da qualidade dos cuidados de saúde e o reconhecimento de que os profissionais de saúde e estudantes precisam de apoio contínuo para manter e melhorar a sua prática. No documento "Vision for the Future do National Health Service Management Executive" (1993) define-se supervisão clínica (SC) como: "A formal process of professional support and learning which enables individual practitioners to develop knowledge and competence (...). It is central to the process of learning and to scope of the expansion of practice and should be seen as a means of encouraging self assessment and analytical and reflective skills" (p. 15). A Supervisão clínica visa influenciar positivamente o processo de aprendizagem dos profissionais e dos estudantes, apoiando a tomada de decisão na prática clínica. Holm et al. (1998) sugerem que existe uma associação entre os efeitos da supervisão clínica e o desenvolvimento da identidade profissional por estudantes de enfermagem. Edwards et al (2005) referem que a SCE é  aceite como um pré-requisito essencial para a qualidade dos cuidados de enfermagem. Wood (2004) refere que a SC pode ter um papel importante na prevenção do risco clínico. Os enfermeiros estão, não raras vezes, presentes nas experiências dos pacientes, pelo que estão numa posição privilegiada, não só para detetar erros e procedimentos inseguros para os pacientes, mas também para prevenir a sua ocorrência. De acordo com Hyrkäs (2003), os efeitos da SC na qualidade do atendimento é um aspeto fundamental para a melhoria da qualidade que foi definida como uma área-alvo da Organização Mundial da Saúde.
Rocha (2014) afirma que o projeto "A supervisão clínica para a segurança e cuidados de qualidade", que no seu primeiro estudo resultou de uma parceria entre a proponente e o Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), além de garantir a segurança e qualidade dos cuidados, proporcionou uma oportunidade para o crescimento e desenvolvimento dos enfermeiros. Neste sentido, o projeto foi reconhecido pelos enfermeiros que identificaram o seu impacto positivo nos profissionais, mas também na organização. Além disso, foram identificados contributos positivos nos indicadores selecionados, com melhorias na avaliação e monitorização do risco de queda, através da correta aplicação da Escala de quedas de Morse (MFS). Foi também identificada uma evolução positiva das competências dos enfermeiros para intervir no autocuidado, como foi comprovado por diversos autores. Assim, a Unidade local de Saúde de Matosinhos (ULSM), instituição participante no projeto que agora se apresenta, solicitou à equipa de investigação a implementação de um modelo de supervisão clínica para enfermeiros que trabalham no departamento de cirurgia. 
É neste contexto que esta investigação-ação visa contribuir para a segurança e qualidade dos cuidados através da implementação de um modelo de supervisão clínica contextualizado e fundamentado nas necessidades dos enfermeiros.

Saiba mais sobre o projeto: Clinical Supervision for Safety and Care Quality


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