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Iniciamos, nesta newsletter, a rubrica Pessoas ESEP. Neste âmbito, deixamos o testemunho de Claudia Gutíerrez Payán, estudante em mobilidade Erasmus na ESEP no ano letivo 2016/2017, que nos fala sobre os anseios, dificuldades e descobertas que lhe proporcionaram uma experiência única para toda a vida…

´El miedo a marcharse, el miedo a llegar...´ 

‘O medo de ir, o medo de chegar…’

O meu nome é Claudia, sou estudante do terceiro ano de Enfermagem (em Espanha o curso são 4 anos) na UCAM (Universidade Católica San Antonio Murcia). O ano passado tomei a decisão que deu à minha vida uma volta de 180 graus. Algo que me iria fazer sair da minha zona de conforto, romper com tudo e começar do zero: solicitar e ser aprovada com a bolsa Erasmus. 

Em enfermagem a diferença de um país para outro não é nada fácil, mas graças à minha universidade UCAM e à ESEP tudo foi mais fácil.

Passei o primeiro quadrimestre ‘sempre cheia’ de exames, estágio, aulas, etc… mas todos os professores nos ajudaram bastante. 

Por fim chegou o esperado momento do segundo quadrimestre, chegou a hora de fazer a mala e embarcar numa das melhores e mais gratas experiências da minha vida, o Erasmus.

Ao chegar ao Porto, a ESEP recebeu-nos com um curso de português para refrescar um pouco o idioma e com uma reunião de boas-vindas com todos os [estudantes] Erasmus. Nessa reunião, entre outras coisas, foi-nos informado sobre qual o hospital em que íriamos fazer a primeira fase do nosso percurso académico, no meu caso, o CICA - Centro Integrado de Cirurgia Ambulatória do Centro Hospitalar do Porto, um dos melhores na Europa a nível de cirurgia ambulatória e que desenvolve múltiplos projectos que visam melhorar a sua qualidade.

É um hospital que abre as suas portas a estudantes, com um sistema de ensino muito bom em que cada estudante tem dois tutores, um do hospital e o outro pessoal, ambos acompanhando o estudante no seu turno. Uma vez por semana temos aula teórica para ver o que não vemos no estágio.

Feita esta pequena introdução, vou falar agora dos meu tutores, começando por Leonor. É uma grande Professora e que desde o primeiro minuto se preocupou connosco, como diz ela: ‘’pelas minhas espanholitas’’. Para que estivéssemos como em casa ou até melhor, introduziu-nos ao grupo. Nunca antes tive uma tutora tão próxima e que me fizesse sentir tão bem.

Por outro lado Nelson Coimbra, o meu outro tutor. O que posso dizer sobre ele? Nada de mal, desde o primeiro dia que me apresentou à equipa fez-me sentir como se fosse mais uma no grupo, sempre a tentar fazer-me rir e disfrutar ao máximo a minha futura profissão.

Graças a ele aprendi muito do idioma português, recomendou-me lugares para visitar e coisas para fazer no Porto. Incluindo conseguiu mudar a minha opinião sobre a sala de cirurgia, que foi onde comecei e não gostava muito e agora estou encantada. 

Que levaria de positivo desta experiência…?

Desta grande experiência levo milhares de anedotas, vivências, pessoas de todas as partes do mundo, a minha família ERASMUS…

Confiança em mim mesma ao superar todas as barreiras que encontra noutro país, outro idioma, sem a tua família, amigos…

Uma quantidade grande de viagens feitas e lugares descobertos.

Aprender outros idiomas.

A maturidade que adquires e com uma sensação de liberdade, sem dúvida, a melhor experiência da minha vida. E isto apenas é um começo.

Nem tudo é um mar de rosas, nem os começos são sempre bonitos, nem mesmo o do Erasmus.

Não é fácil começar num hospital com outro idioma e ainda mais complicado quando a isso juntas as aulas teóricas, mas com trabalho, esforço e o mais importante, perseverança diária, tudo se consegue.

O que ao princípio parecia uma barreira no meu caminho, agora é apenas uma pedra fácil de ultrapassar. Até ao dia de de hoje estou muito agradecida de ter feito esta mudança radical.

Como disse a nossa querida  Florence Nightingale ‘O importante não é o que faz o destino, mas sim o que nós fazemos por ele’

Não é o lugar, são as pessoas.

Agradeço de todo o coração à  UCAM, ESEP, CICA, a todos os meus companheiros e por último, mas não menos especial, agradecer, por tudo, à melhor descoberta deste ano, Paloma.