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Objetivo: Avaliar a validade de conteúdo de um modelo de intervenção psicoterapêutica em Enfermagem.

Contexto: Os enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica (ESMP) enfrentam significativas dificuldades extrínsecas no que concerne à execução de intervenções psicoterapêuticas devido ao facto de, em alguns países, não lhes ser permitida a realização deste tipo de intervenções. Nesse sentido, o desenvolvimento de um modelo de intervenção psicoterapêutica em Enfermagem parece ser relevante como forma de sistematizar a prestação de cuidados de âmbito psicoterapêutico por parte dos enfermeiros especialistas em ESMP, contribuindo assim para aumentar a sua autonomia profissional.

Desenho: Estudo e-Delphi modificado.

Métodos: A colheita de dados foi realizada entre outubro de 2015 e janeiro de 2016 por via de três rondas de questionários online. O questionário inicial foi estruturado em cinco partes / secções: estrutura geral do modelo, critérios de exclusão dos utentes potencialmente alvo de intervenção, itens a considerar na avaliação inicial, diagnósticos de Enfermagem, e intervenções psicoterapêuticas de Enfermagem. Dos 42 peritos convidados pelo menos 20 participaram em cada uma das rondas.

Resultados: O grupo de peritos chegou a consenso acerca do facto de as intervenções psicoterapêuticas de Enfermagem deverem sempre ser utilizadas como forma de procurar dar resposta a um diagnóstico de Enfermagem. Para além disso, consideraram que um modelo de intervenção psicoterapêutica em Enfermagem deveria ser concretizado por via de três a 12 sessões utilizando a Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) como recurso. Finalmente, os peritos consensualizaram que o modelo deveria seguir os princípios da psicoterapia integrativa, numa lógica em que técnicas de diferentes escolas de Psicoterapia possam ser utilizadas isolada ou conjuntamente como forma de procurar dar resposta ao(s) diagnóstico(s) de Enfermagem identificado(s).

Conclusão: A obtenção de consensos acerca da estrutura de um modelo de intervenção psicoterapêutica em Enfermagem parece ser imperativa para o seu desenvolvimento e, sequencialmente, para permitir uma avaliação efetiva dos ganhos em saúde associados à sua implementação.