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Lígia Lima, Vanessa Silva & Marina Lemos publicam artigo científico intitulado: How chronic disease affects children´s views on being ill and healthy: a comparative study no Scandinavian Journal of Caring Sciences.

Compreender a perspetiva da criança acerca da sua doença é um aspeto essencial para uma abordagem centrada na criança, com foco na educação do paciente e na prestação de cuidados. É importante que os profissionais de saúde em pediatria possam incorporar as perceções das crianças sobre o que é estar doente ou com saúde para permitir que estas crianças e respetivas famílias participem ativamente em planos de auto-gestão  da doença, com o objetivo de alcançar melhores resultados para a saúde. No entanto, é ainda escasso o conhecimento científico sobre as perceções da criança relativamente a doenças específicas. 

O estudo comparativo desenvolvido teve como objetivo investigar se e de que forma a experiência de diagnóstico de várias doenças crónicas influenciou a definição da criança sobre o que é estar doente ou com saúde. 

O estudo envolveu 82 crianças, de idades compreendidas entre os 8 e os 13 anos, diagnosticadas com doença crónica (31 com asma, 27 com diabetes, e 24 com cancro). Foi ainda constituído um grupo de comparação que incluiu 81 crianças.  A técnica "Desenhar e Escrever” foi utilizada para recolher as perceções das crianças e os dados foram analisados de acordo com o sistema de categorização previamente validado (concordância inter-examinador de 93%) e consequentemente quantificável para análise de diferenças existentes relativas à doença. 

Os resultados revelaram diferenças significativas entre todas as dimensões das conceções das crianças sobre estar doente ou com saúde, de acordo com  o facto de sofrerem de doença crónica (a magnitude do efeito calculada através da medida Cohen d variou entre 0,35  e 1,22). De uma maneira geral, as crianças com doença crónica apresentaram uma definição menos complexa da doença quando comparadas com as crianças saudáveis. Igualmente, a análise comparativa entre crianças com asma, diabetes e cancro revelou diferenças que pareciam refletir as suas vivências e experiências pessoais enquanto portadoras de doença crónica e dos tratamentos envolvidos (a magnitude do efeito calculada pela medida Eta-squared variou entre 0,07  e 0,25). 

O presente estudo conclui que os resultados obtidos podem servir de orientação para modelos educacionais e clínicos desenhados especificamente para crianças doentes portadoras de diferentes condições crónicas de saúde.

Notícia elaborada com base no artigo: How chronic disease affects children´s views on being ill and healthy: a comparative study